sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Mulheres lançam campanhas contra o assédio no Carnaval

Aurélio Velho
  

Se você diz não/ Eu sei que é não/ (ô se é não)
E que só é sim/ Se assim você disser
Não importa o que é/ que você vai vestir
Eu não vou te tocar/ Sem você consentir

Em entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã de hoje (23), Nana Queiroz, diretora da Azmina, que também ficou conhecida pela campanha #EuNãoMereçoSerEstuprada, diz que a ideia para o carnaval desse ano é que as mulheres enfrentem o assédio coletivamente. “As mulheres precisam se organizar em grupos quando vão reagir ao assédio. Os homens podem ser mais fortes, mas nós somos mais, somos muitas”, afirmou à repórter Anelize Moreira.

“A gente constrói uma noção da mulher como objeto sexual em que a própria noção de elogio está distorcida. O carnaval é uma grande oportunidade para a gente repensar padrões sexuais da cultura brasileira”, afirma Nana.

Carnaval

Fonte: Rede Brasil Atual via Vermelho

Centrais reafirmam unidade contra o desmonte da Previdência


CTB
  
“Essa Jornada é uma oportunidade para os sindicalistas no estados, porque vai passar por todas as unidades da federação. É preciso que todos os trabalhadores se instrumentalizem para discutir a questão da reforma, que eu chamaria ‘desforma’, porque vão acabar com a aposentadoria”, conclamou Eduardo Navarro, membro da Direção Executiva da CTB e um dos organizadores do ciclo de debates. “Esse projeto de desmonte é muito profundo, e vai transformar o país novamente numa colônia se não houver união na resistência”.

Para Navarro, o momento exige articulação entre entidades e conscientização das bases, a começar pelos próprios sindicalistas. “Está em perigo toda a seguridade social, inclusive o SUS. É o neoliberalismo 2.0, com o desmonte da educação pública, com o desmonte da saúde pública. Não adianta só falar ‘Fora Temer’, porque cai o Temer e entra outro. As centrais têm de se posicionar contra o projeto neoliberal em curso e construir formas de resistência como essa jornada. O DIEESE já fez sua parte, agora cabe às 9 centrais e aos 11 mil sindicatos fazerem o mesmo”, analisou.

Além do dirigente cetebista, falaram ao público representantes da CUT, da Força Sindical, da CGTB, da CSB, da CSP-Conlutas, da Intersindical, da Nova Central e da UGT, todos contrários à reforma da Previdência proposta na PEC 287. O presidente da Central Única dos Trabalhadores, Wagner Freitas, deu enfoque na necessidade de superar a diferença entre as centrais: “Se a gente for listar aqui o número de divergências entre cada central, tem mil coisas que eu poderia dizer, mas temos que ter consciência de que essa campanha de nenhum direito a menos só vai dar efeito se existir união”. Ele defendeu a necessidade de fazer a luta fora, mas também dentro das instituições, buscando o convencimento de parlamentares conservadores. “Eles podem ajudar nessa luta, porque têm bases eleitorais de trabalhadores também”.

Já o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves “Juruna”, aproveitou a oportunidade para apontar uma alternativa à PEC 287. Na opinião do dirigente, o problema essencial da proposta foi a falta de diálogo com os trabalhadores. “Ao contrário de parte dos companheiros, eu sou daqueles que acha que tem que haver reforma, sim, porque as regras que estão aí não interessam à maioria dos trabalhadores. É preciso acabar com o regime especial para os militares, para os políticos, para os servidores públicos. Mas o que está colocado aí é prejudicial para todo mundo, especialmente os mais pobres, e nós não podemos concordar!”, explicou.

Todos os sindicalistas se referiram com entusiasmo ao dia 15 de março, quando as centrais planejam um Dia Nacional de Paralisações em defesa da Previdência. A Jornada Nacional acontecerá na semana anterior a ele, entre os dias 7 e 14 de março, e atravessará o país realizando debates e apresentando estudos (inclusive o mega-documento do professor Eduardo Fagnani) para o público sindical. O objetivo é expor os equívocos nos argumentos da atual proposta.
 

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Fonte: Portal CTB via Vermelho

    Alice Portugal : Respeita as mina


    Foto: Projeto São Paulo City
      
    Dias de festa não podem ser um convite adicional à agressão que já faz parte do cotidiano de muitas brasileiras. Estatísticas indicam como a opressão ao público feminino está presente na cultura nacional ainda predominantemente machista. Conforme o Cronômetro da Violência contra as Mulheres no Brasil, um estupro ocorre a cada 11 minutos no país. São cinco espancamentos a cada dois minutos e um feminicídio a cada 90 minutos.

    Esta realidade cruel tem de acabar. O problema é que nem mesmo os governantes dão a devida importância à questão. Desde que assumiu a Presidência da República em maio do ano passado, o presidente ilegítimo Michel Temer desmonta as políticas públicas de assistência e proteção a quem sofre violência. O primeiro ato foi enfraquecer o setor ao definir a extinção do Ministério das Mulheres. A Secretaria de Políticas para as Mulheres agora está vinculada ao Ministério da Justiça.

    O descaso do governo golpista se reflete nas sucessivas tentativas de enxugar recursos para a área. Na última terça-feira (21), surgiu um nocivo substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 7371/14, que cria o Fundo Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Nessa proposta, a ideia era transformar o fundo em orçamento geral para políticas de gênero em vez de reforçar as políticas de combate à violência, um desvirtuamento total dos objetivos iniciais. A Bancada Feminina defende a volta do texto original. Em meio à polêmica, o tema foi retirado da pauta da Câmara.

    Graças à mobilização intensa das parlamentares no Plenário, conseguimos assegurar também avanços nesta semana. A Câmara tipificou como crime a exposição de fotos íntimas na internet (PL 5555/13) com a modificação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), criando essa nova forma de violência doméstica e familiar contra a mulher. A matéria segue para o Senado.

    No Parlamento, temos intensificado esforços de defesa dos direitos das mulheres que estão sob ameaça. Esperamos que a sociedade, especialmente, os homens se sensibilizem cada vez mais para darmos um basta à cultura da violência contra a mulher em nosso país. O Carnaval é uma ótima oportunidade para exercitarmos novas atitudes e o respeito. 


    Alice Portugal é deputada federal e líder do PCdoB na Câmara dos Deputados.

    Fonte: PCdoB na Câmara via Vermelho

    Brasil pós-Serra: sem atenção dos EUA e enfraquecido na América Latina


    Marcos Oliveira/Agência Senado
    Sem habilidade diplomática e com um discurso esvaziado, Serra deixa o Ministério das Relações ExterioresSem habilidade diplomática e com um discurso esvaziado, Serra deixa o Ministério das Relações Exteriores
    Na noite desta quarta-feira (22) o senador pelo PSDB de São Paulo enviou uma carta ao presidente Michel Temer para solicitar sua saída do ministério. No documento ele alegou problemas de saúde e se disse “honrado” em desempenhar este papel, mesmo que por curto período.

    Na visão do professor de Relações Internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser, a atuação de Serra no ministério foi um completo fracasso. “Ele apostou tudo quando entrou, mas não tem política externa nenhuma. Fez uma série de discursos para agradar um público de direita, falou mal do Foro de São Paulo, da Venezuela, mas nunca teve nada, não elaborou nada.”

    Serra deixa o ministério depois de fracassar em sua investida contra a Venezuela no Mercosul, não conquistar a aproximação desejada com os Estados Unidos, ainda mais sob o comando de Donald Trump, e perder o protagonismo no Brics.

    Na questão da Venezuela, Serra mostrou que não tem habilidade diplomática ao ser o pivô de um complô mal feito. Depois de uma série de investidas ruins, conquistou o voto dos demais países do bloco para expulsar Caracas. Porém, nesta semana, o Parlamento do Mercosul rejeitou, por unanimidade, a proposta dos chanceleres e vai recorrer junto ao Tribunal competente para manter o país de Nicolás Maduro.

    Após protagonizar o processo de entrega da exploração do pré-sal ao mercado externo, o ex-ministro também não conseguiu manter a prometida aproximação com os Estados Unidos. E na América Latina, conquistou parceria apenas com a Argentina, sua aliada ideológica.

    Se o objetivo do tucano, no ministério, era fazer palanque, também não foi bem-sucedido. Depois de uma série de discursos exagerados, sem base para execução, perdeu a atenção da imprensa e dos aliados políticos. “Talvez ele tenha pensado que teria mais fôlego para fazer do Ministério das Relações Exteriores um palanque, criar factoides em torno da questão da esquerda na América Latina, mas são discursos que não têm durabilidade. Ele não tem um projeto e cometeu muitas gafes, foi um fracasso”, diz o professor.

    O ex-chanceler Celso Amorim também não vê com bons olhos a atuação de Serra. Para ele, a política ativa e altiva do Brasil foi desmontada rapidamente após o golpe contra Dilma Rousseff. “O Brasil se isolou, só tem aproximação com países de semelhança ideológica, como a Argentina, mas não tem mais uma presença na América Latina, nem no mundo.” Ele destaca que o Brasil foi protagonista da integração continental e teve atuação fundamental no Brics, mas agora perdeu espaço.

    Para Nasser, a atuação de Serra no ministério está muito ligada à má administração do governo de Temer. “A perda de protagonismo do Brasil é um fracasso do governo Temer. O Serra é um dos representantes disso. Mas não significa que se entrar uma pessoa mais articulada vai mudar o cenário agora, depende do governo.”

    Se o objetivo de Serra era trilhar um caminho para o executivo nas eleições de 2018, certamente o Ministério das Relações Exteriores não lhe proporcionou o espaço necessário depois deste isolamento político. “É o perfil do Serra sempre olhar para a frente do lugar onde ele está. E [no ministério] ele não apresentou nada. Só fez discursos e gafes.”

    Do Portal Vermeho

    Efeito Temer: Negros e mulheres são mais vitimados pelo desemprego


      
    Os dados do IBGE fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) contínua, que divulga os dados do quarto trimestre de 2016. Nesse período a taxa de desocupação registrou 22,2%, mantendo tendência ascendente em relação ao terceiro trimestre que foi de 21,2%. No quarto trimestre de 2015 a taxa de desocupação registrou 17,3%.

    Gênero 
    “Temos denunciado cotidianamente que o golpe no Brasil atinge o povo brasileiro e particularmente as mulheres. Historicamente onde predomina a exploração do capital e a opressão do patriarcado as mulheres são tratadas como cidadãs de segunda categoria”, afirmou Lúcia Rincón (foto), presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM).

    A pesquisa detectou que a desvantagem das mulheres em relação aos homens na taxa de ocupação é um movimento comum em todas as cinco regiões brasileiras. São elas também a maioria (50,3%) das pessoas desempregadas e em busca de trabalho.

    “O golpe no Brasil e as medidas que têm sido tomadas pelo golpista Temer têm demonstrado isso mais uma vez de maneira profunda. O índice do IBGE é mais um dado que escancara a situação das mulheres do país”, avaliou Lúcia.

    De acordo com ela, há uma pressão do capital em prejuízo ao trabalho e à força de trabalho do povo brasileiro. “As políticas desse governo têm desapropriado as nossas riquezas e estão provocando perda de direito e indicando ao povo a necessidade de reafirmarmos a luta para impedir e barrar essa sangria”, enfatizou a dirigente feminista.

    Exclusão e precariedade
    O agravamento do desemprego também acentua a exclusão imposta à população negra que vê aumentar as desvantagens históricas. “Quando há um cenário como esse de desemprego os primeiros a serem demitidos são os trabalhadores negros e negras. Sempre seremos preteridos por conta do racismo que é estrutural e institucional”, avaliou Rosa Anacleto, presidenta da Unegro de São Paulo.

    A PNAD mostrou que o rendimento dos autodeclarados negros é de R$ 1.461, enquanto o dos autodeclarados brancos é estimado em R$ 2.660. O rendimento médio do país é de R$ 2.043, o que coloca o rendimento dos negros abaixo da média.

    “O desemprego atinge primeiro os negros, as mulheres negras e depois os demais trabalhadores. Isso empurra os negros para o mercado informal de trabalho. A PEC 55 e a reforma do ensino médio fragilizam as políticas que favorecem essa população daí quando ele vai procurar emprego encontra uma grande desvantagem em relação aos autodeclarados brancos, por exemplo”, exemplificou Rosa.

    A Proposta de Emenda Constitucional 55 (PEC) que congela por 20 anos investimentos públicos em saúde e educação foi aprovada em dezembro do ano passado.

    Economistas como Laura Carvalho, professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA), contestam essa medida, usada pela equipe de Temer como fundamental para a retomada do crescimento e combate ao desemprego.

    Em sua coluna na folha desta quinta-feira (23), a economista afirma já no título “Governo aposta em pilares errados para o crescimento”. Na opinião dela, “seriam necessários autênticos pilares, como investimentos públicos em infraestrutura física e social, reforma tributária progressiva e política industrial estratégica”. 


    Do Portal Vermelho

    "PEC 287 acabará com a economia de cerca de 4 mil municípios", denuncia presidente da CTB-BA

    "Caso seja aprovada, a PEC 287 [Proposta de Emenda à Constituição, que põe fim à Previdência Social] acabará com a economia de cerca de 4 mil municípios", denunciou o presidente da CTB-BA, Aurindo Pedreira, após reunião com o presidente da Câmara, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM/RJ), realizada nesta terça-feira (21), para ouvir as impressões das centrais sindicais sobre a proposta da gestão Temer de desmonta a Previdência.
    "Como se não bastasse a grave crise econômica internacional, esse grupo que ocupou o Palácio do Planalto mergulhou o país em uma grave crise política que possibilitou a aprovação de medidas como a PEC 55", lembrou.
    E mais, "a PEC 287 não só acabará com direitos consagrados, ela impactará, para pior, a estrutura do Estado nação. Nunca é demais lembrar que, caso seja aprovada, essa medida acabará com a prinicpal fonte de renda de mais de 70% dos municipios. Isso sem falar da percpectiva do êxodo rural. Se isso acontecer, a produção agrícula, sobretudo a agricultura familiar, responsável pelo alimento de milhões de brasileiros e brasileiras, entrará em colapso", alertou o dirigente.
    Vídeo Ruth Helena
    Portal CTB 

    CTB: "Não aceitaremos que acabem com o maior programa de distribuição de renda do país"

    Em audiência pública realizada, na terça-feira (21), na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, que discute a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que pode acabar com a Previdência Social, o dirigente da CTB e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Gilson Reis, reafirmou a luta do movimento sindical contra a proposta e alertou sobre os perigos que, se aprovada, ela pode causar ao conjunto da classe trabalhadora. "Não aceitaremos que acabem com o maior programa de distribuição e interiorização da renda no país", avisou. 
    "Como se espera, em 10 sessões, debater uma proposta que pode por fim em nossa Previdência? Um rito que deixa claro o desprezo ao diálogo com o amplo conjunto de setores que compõe nossa sociedade", externou Reis, ao criticar o curto prazo do plano de trabalho definido pela Comissão. Ele acrescentou que "a sociedade está atenta ao debate, melhor, a ausência de debate que o governo lidera no que se refere a PEC 287. A unidade das entidades em torno dessa matéria é concreta. São muitos os materiais produzidos para alertar sobre a ameaça de desmonte da Previdência Social".
    Reformar para excluir
    Presente na audiência, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou amplo estudo elaborado em parceria com a  Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) e a Plataforma Política Social. O trabalho foi coordenado pelo professor do Instituto de Economia da Unicamp, Eduardo Fagnani, e desconstrói, ponto a ponto, todos os argumentos da gestão Temer em defesa da PEC 287.
    A proposta do documento é apresentar uma denúncia bem fundamentada do quanto a reforma pretendida pelo governo Temer é capaz de destruir a frágil rede de proteção social que o país consolidou a partir da Constituição de 1988. O texto destrincha o caráter excludente da Reforma da Previdência, rebate as premissas lançadas pelo governo para justificá-las e propõe alternativas para o equilíbrio financeiro do setor.
    Portal CTB